segunda-feira, 27 de setembro de 2010

Enquanto ainda é noite.

Para minha desgraça estava vivo e tudo que sentia
era uma dor terrível pelo corpo,
andava perdido a dias e já não me lembrava mais do meu rosto,
confundia-me com todos aqueles fétidos na lama
e seus corpos quebrados, dilacerados pelo aço, comidos pelos cães.
Talvez devesse apenas deitar-me e esperar um abutre
terminar o serviço, mas algo me empurrava, algo insistia.
Cheguei ao pé de uma colina descampada, atrás a floresta.
um sol  iluminou-me após muito tempo
e não sei por quanto tempo.
Pode-se morrer num lugar assim e se esquecer de tudo que passou,
pensei rapidamente enquanto contemplava o céu distante,
quis te um lar, eu vil mercenário, jogador e joguete,
de novo rondando a morte e ela declinando a meus anseios.
Ouço o trote de um cavalo, um cavalheiro misterioso.
Sou levado colina acima, já no topo posso avistar,
abaixo próximo a um ribeiro uma cabana entre as árvores,
sou colocado nas águas e liberto de meus trapos imundos
pelas mãos ágeis não de um cavalheiro, mas de uma mulher,
de olhos negros que me penetra com seu olhar profundamente.
Dá-me algo que bebo e não mais...
Acordo! 

Ensaiando um conto...
Paulo Roberto Wovst leite.

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